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O melhor vendedor

Atualizado: 23 de jun. de 2022

Vocação não se discute, se vive.


Carlos foi um dos melhores vendedores que conheci. Tinha uma capacidade invejável. Vendia qualquer coisa. Talento nato para influenciar, lidar com objeções, fechar um negócio.

Com tanta competência e excelentes resultados conquistados com clientes, ele começou a criar boas expectativas sobre sua carreira. Em poucos anos já tinha chegado ao posto mais sênior de vendedor daquela organização.

Chegou tão rápido que a única forma dele poder seguir crescendo, alcançar melhores posições e condições salariais, era assumir uma função de gestor. pessoas. Gerente de outros vendedores.

Não pensou duas vezes. Aplicou para a primeira vaga que apareceu. Nas suas primeiras semanas na cadeira, se divertiu bastante. A sensação de poder liderar outros profissionais de vendas era mesmo única. Sentia-se reconhecido.

Mas sua lua-de-mel com a nova missão durou pouco. De repente ele se viu num papel diferente.

Precisou aprender a lidar com inúmeros processos e rotinas. Passava muitas horas do dia envolvido com atividades internas, burocráticas. Chatas.

Quantos problemas passou a ter para resolver. Dos clientes, da empresa, dos seus colaboradores.

Continuava negociando muito. Só que agora com um mundo interno. Diferentes áreas, departamentos. Inúmeras reuniões. Algumas intermináveis. Conversas que tomavam muito da sua energia.

Descobriu que algumas tarefas administrativas tomam bastante tempo: preparação de orçamentos, gerenciamento de contratos, treinamentos de políticas, participação de projetos com outros setores.

Com o tempo começou a sentir falta daquilo de que mais gostava. Seus clientes.

No terceiro mês na posição Carlos solicitou uma reunião com seu chefe. Pediu o posto de vendedor de volta.

Explicou o que queria. Mais responsabilidade, mais desafios. Mas principalmente, poder estar mais próximo dos clientes.

E assim a empresa desenhou para ele uma missão inédita. Uma função diferente, de desenvolvimento de mercado. Contas inexploradas. Para poder conhecer e conquistar novos clientes.

Feliz da vida, voltou para suas origens.

E deixou o papel de gerente para outras pessoas.

Vocação não se discute.

Se vive.

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Rodrigo San Martin

Rodrigo foi o primeiro CEO brasileiro a liderar filial europeia de uma grande

multinacional farmacêutica. Foi também o mais jovem latino-americano a liderar o

negócio de dispositivos médicos na região da América Latina, dentro da maior empresa de saúde do mundo.

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